domingo, 4 de março de 2012

O travesseiro

Ela sentiu a penetração devagar, explorando cada centímetro de sua vagina intumescida. Como uma brincadeira, sentiu os lábios sendo explorados, abrindo-se lentamente. Depois, com estocadas curtas e firmes, sentiu-o dentro de si, movimentando-se com desenvoltura, como velhos conhecidos que eram. Seu ponto G era facilmente encontrado, e ela adorava.

Ela estava de quatro, sua posição favorita; o rosto no travesseiro, ora mordendo-o, ora urrando sobre ele, para não fazer muito barulho. Nessas horas sua mente voava, no ritmo do prazer que sentia, e lembrava de todos os momentos que a haviam levado até ali... Do beijo tímido de adolescente, o primeiro, a sensação de não saber o que se estava fazendo direito, diferente do que sentia no momento, com ondas de prazer crescente. Lembrava da primeira vez que sentiu seu membro rijo por dentro da calça, e como queria descobrí-lo, matar sua curiosidade e desejo, mas em prol de sua reputação se conteve. Agora, ao vivenciar isso novamente, seus quadris se moviam freneticamente enquanto fechava os olhos e gemia baixinho. Lembrou-se do primeiro orgasmo, em pé, atrás da porta do quarto, sendo masturbada por ele, e de como quase caiu ao chão quando suas pernas bambearam, mas foi segura por ele, e agora ela sussurrava seu nome, baixinho, e dizia o quanto o amava e que não queria que aquilo acabasse mais. A penetração agora era violenta, descontrolada, desarrumava seus cabelos e ela não conseguia pensar em mais nada.

Os quadris tremeram alucinadamente enquanto ela atingia o orgasmo, ainda dizendo seu nome, suas pernas fraquejando de modo a deixá-la prostrada na cama. Ofegava ruidosamente, seu corpo satisfeito, ainda em frenesi; mas seu coração ainda vazio enquanto removia o vibrador de dentro de si, limpando-o. O vazio que o objeto deixou dentro dela não tinha sequer comparação com o vazio de seu peito, da saudade que sentia dele. Mas agora era tarde. Foi tomar banho, sentindo falta de seus braços fortes abraçando-a por trás, dando-lhe a segurança de que tanto precisava naquele momento. Chorou de soluçar. Mas ela sabia que estava tudo acabado.

Ainda com lágrimas nos olhos, voltou para a cama, já fria, e seu travesseiro. Ligou a TV, abraçando-o, a única testemunha de sua enorme solidão, e assistiu a novela que já estava começando.

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